1.5 milhões de Armênios, 3 milhões de ucranianos, 6 milhões de judeus, 250.000 ciganos, 6 milhões de eslavos. 25 milhões de russos, 25 milhões de chineses, 1 milhão de Ibos. 1.5 milhão de bêngalis, 200.000 guatemaltecos, 1.7 milhão de cambodianos, 500.000 indonésios, 200.000 leste-timorenses, 250.000 burundis, 500.000 Ugandenses, 2 milhões de sudaneses, 600.000 ruandeses, 2 milhões de norte-coreanos, 10.000 kossovares. Genocídios e outros assassinatos em massa mataram mais pessoas no século vinte do que todas as guerras juntas.
“Nunca mais” transformou-se em “De novo”. De novo, a resposta ao genocídio tem sido muito pouca e muito tardia.
Durante o genocídio dos Armênios e do Holocausto, a resposta do mundo foi negar a realidade. Em 1994, enquanto 800.000 Tutsis morriam em Ruanda, os advogados do Ministério do Exterior discutiam se aquilo configurava um “genocídio” e o Conselho de Segurança das Nações Unidas retirou suas tropas de paz, que poderiam ter salvo centenas de milhares de vidas.
O genocídio é o pior problema intencional de direitos humanos. Mas é diferente dos outros e exige soluções diferentes. Devido ao fato de que o genocídio é, quase sempre, levado a cabo pelas próprias forças militares e policiais de um país, as forças usuais da lei e da ordem comum nacional não podem detê-lo. É, geralmente, necessária a intervenção internacional. Mas, como o mundo não conta com uma força internacional de resposta rápida e porque as Nações Unidas têm estado, até agora, inativas ou não desejam agir, o genocídio tem prosseguido sem controle.
A Campanha Internacional Para Eliminar o Genocíidio é uma coalizão internacional, dedicada a criar instituições internacionais e vontade política, visando eliminar, para sempre, o genocídio.
A Campanha Internacional para Eliminar o Genocídio tem quatro objetivos:
1. O fornecimento de informação pública sobre a natureza do genocídio e a criação de uma vontade política, para preveni-lo e eliminá-lo.
2. A criação de um sistema de um alerta eficaz para informar ao mundo e, especialmente, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a NATO e outras organizações regionais sobre a presença potencial de conflitos étnicos e genocídios.
3. O estabelecimento de uma poderosa força de resposta rápida das Nações Unidas, de acordo com os Artigos 43-47 da Carta das Nações Unidas, bem como forças regionais de resposta rápida e polícia internacional, prontas para serem enviadas aos lugares em que o genocídio seja uma ameaça ou tenha sido iniciado.
4. Detenção, julgamento e punição de genocidas, incluindo o funcionamento antecipado e efetivo do Tribunal Criminal International, o uso de tribunais nacionais com jurisdição universal e a criação de tribunais internacionais especiais para julgar os genocidas.
Esta Campanha constitui um esforço internacional, global e descentralizado, de muitas organizações. Além de trabalhar em favor das reformas institucionais das Nações Unidas, a Campanha constitui uma coalizão que exerce pressão sobre os governos que possam atuar ante alertas de genocídio, através do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A Campanha possui seu próprio sistema NGO de alerta de conflitos étnicos, e seus próprios websites: www.genocidewatch.org, www.preventgenocide.org. Ao lado dos serviços de inteligência do governo, a Campanha criou uma rede de alertas para fornecer conexões de comunicação confidencial, que proporciona socorro e ajuda médica, informantes e cidadãos comuns, para criar uma rede alternativa de inteligência, que funciona como avisos da existência de conflitos étnicos, antes que eles se transformem em genocídios.
A Campanha Internacional para Eliminar o Genocídio abrange o genocídio, tal como se acha definido na Convenção de Genocídios: “a destruição intencional, no todo ou em parte, de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal”.Abrange também crimes políticos massivos, limpeza étnica e outros delitos relacionados contra a humanidade. Não será ignorada nos debates legais durante assassinatos massivos.
A tarefa principal é a construção de uma vontade política atuante. Entre os mecanismos de defesa utilizados para justificar a falta de ação, acha-se a negação dos fatos. Assim, o primeiro esforço para prevenir e deter o genocídio é esclarecer os fatos, de maneira indiscutível, perante os legisladores. Grande parte deste trabalho é realizado pela CNN e pela mídia. Mas não basta transmitir a informação. Ela deve ser interpretada, para que os legisladores compreendam que os massacres genocidas são sistemáticos, ou que prever o genocídio é tão obrigatório quanto alertar sobre a possibilidade de um furacão. Assim, as opções devem ser sugeridas aos legisladores, influenciando-os para que entrem em ação.
A Campanha Internacional Para Eliminar o Genocídio trabalha para criar vontade política através de:
1. Conscientização – mantendo estreito contato com legisladores chave em governos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, informando-os sobre sobre situações de genocídio.
2. Formação de coalizões – trabalhando em coalizões para responder a situações específicas de genocídio e envolvendo os membros em campanhas para educar os líderes políticos e públicos sobre as soluções pertinentes.
3. Advocacia Política – preparar documentos de opções para a ação, com o fim de prevenir genocídios em situações específicas e apresentá-los aos legisladores.
A Campanha Internacional para Eliminar o Genocídio concentra-se em predizer, prevenir e punir o genocídio e outras formas de crimes massivos. Proporciona uma compreensão analítica do processo genocida para situações específicas. Não estuda, simplesmente, o genocídio, nem organiza assembléias, mas tenta prevenir o genocídio e consruir instituições que possam eliminá-lo para sempre.
A localização da sede da Campanha Internacional, perto de Washington, D.C., permite-lhe exercer influência sobre a política exterior das Nações Unidas, essencial para a intervenção humanitária forçosa em face de ameaças de genocídio. Mas tem também membros organizacionais chave no Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Israel e outros países. É um esforço internacional que trabalhará com os governos dos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o fim de neles criar a vontade política, em lugar invervenções unilaterais.
Os Membros da Campanha Internacional incluem Genocide Watch, The Leo Kuper Foundation(Reino Unido), Physicians for Human Rights (Reino Unido), Prevent Genocide Internacional (USA), International Alert, The Genocide Studies Progam of Yale University, the Cambodian Genocide Project, Inc., The Institute on the Holocaust and Geoncidio (Israel), The Committee for Effective International Criminal Law ( Alemanha), o Aegis Trust (Reino Unido), a Cooperative Baptist Fellowship Global Mission, The Genocide Prevention Center (USA), Survivor’s Rights International (USA), Prévention Génocides (Bélgica) Centro de Prevenção do Genocídio (USA), Remembering Rwanda Trust, e CALDH (Guatemala). A associação é grátis e todos os grupos e indivíduos que subscrevam os objetivos da Campanha são bem vindos.
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